02 maio, 2009

NÓS E ELES, ELES E NÓS







Contributo de José Castro Caldas, Economista, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, In BLOCO DE ESQUERDA



Caminhamos depressa para uma sociedade de nós e eles, outra vez. Nós têm acções, obrigações, títulos, são gerentes da finança. Eles têm emprego, quando têm. Trabalham para nós, e nós dão-lhes ou prometem-lhes trabalho. Nós ralam-se por não saber o que fazer ao que sobra depois de pagar o salário a eles. Eles angustiam-se por não poder realizar os desejos que o rendimento do trabalho prometia e têm medo da pobreza. Nós entregam fortunas a quem se ocupe delas e não se importam de pagar muito bem por isso. Eles sonham a crédito e pagam juros. As fortunas de nós viajam leves ao cheiro do valor mais alto. Eles têm os pés na terra, raízes, afectos.

Olhamos para os números. Nos últimos anos crescimento da finança, aumento da desigualdade na repartição de rendimento entre o trabalho e o capital, mais desigualdade nos rendimentos salariais. Perguntamos porquê e descobrimos: é a liberdade de movimentos dos capitais. O leilão tornou-se global - um quem pede menos generalizado por parte de Estados e de empresas que empurra os salários, os impostos sobre os rendimentos do capital, a protecção social e os serviços púbicos, para baixo.

A liberdade de movimentos de capitais produziu uma economia e uma sociedade insustentáveis. Agora quem não sabe é porque não quer ver: não pode ser estável a economia em que crescem os rendimentos dos que poupam e diminuem os dos que consomem. Não pode ser sustentável a produção que se esgota com um consumo alimentado a crédito. Essa economia cria uma sociedade de nós e eles, que não pode ser sustentável.

Vivi numa dessas sociedade, com uns nós e eles claramente separados, e sei do que estou a falar. Nós, eram meia dúzia nesse tempo. Eles, os outros, muitos mais. Nós eram proprietários, profissionais liberais, altos servidores do Estado. Eles tinham os pés na terra, trabalhavam com instrumentos primitivos e usavam os próprios corpos e os animais como força de tracção. Os mais felizes dentre eles tinham alguma pouca terra a que chamavam sua, mas muitos pagavam rendas a nós, ou trabalhavam para nós em troca de uma jorna. Em tempos piores, que agora também existem, vendia-se trabalho ao dia no mercado. As suas refeições eram parcas e o Inverno era frio. Quando vinha a doença eles morriam, porque Deus queria. Nós chamavam o médico a casa. A vida de nós não seria sempre abundante mas era segura e muitas vezes agradável, até porque eles eram outros, invisíveis. Isto não foi assim há tanto tempo.

Depois alguns dos nós investiram na indústria e eles vieram para as periferias das cidades. Aí havia miséria, uma pobreza bem pior do que a velha companheira do campo. Alguns dos nós faziam então caridade, mas não faziam justiça porque sem eles nós não podiam ser.

Foi quando eles decidiram fugir, que as coisas começaram a mudar. Os nós tiveram de pagar melhor aos que ficaram e queixavam-se “já não há ninguém que queira trabalhar”. Com isso os eles que ficaram começaram a poder comprar mais coisas.

O acesso ao consumo transformou eles e nós também. Nós e eles começavam a não ser tão diferentes. Mas o que mais confundiu foi vê-los uns e outros na mesma escola, no mesmo hospital, do mesmo lado no tribunal, nós com limites no que lhes podiam mandar no trabalho e eles com direitos, e todos em partidos a lutar e a votar. Para isso, como sabemos, foi preciso uma revolução. A sociedade do nós e eles não era sustentável.

Aprendemos assim que além dos melhores salários e do acesso ao consumo, foi a escola pública, a saúde para todos, os direitos no trabalho, o acesso à justiça e a democracia política o que mais contribuiu para esbater a diferença entre nós e eles. E aprendermos também que com menores salários, e com a educação, a saúde e a justiça sujeitas ao critério de acesso pelo dinheiro, tenderá a haver de novo separação entre nós e eles.

Mas desta vez tantos os nós como os eles têm experiências anteriores que lhes ensinam que não é assim porque Deus quer. É verdade que há agora muitos deles que falam línguas estrangeiras e têm religiões diferentes da maioria dos nós. Esses são quase invisíveis. Mas há também outros deles que são filhos de nós e deles: educados mas sem ocupação segura. Os nós que não fugiram para paraísos, pressentem a presença e têm medo de ambos, fecham-se em condomínios, defendem-se. Ocasionalmente eles queimam carros e bancos e centros comerciais. Será assim tão espantoso, ou apenas o aviso de que uma sociedade de nós e eles, outra vez, não é sustentável?


20 abril, 2009

Obama copia Sócrates

O presidentes dos EUA Obama, lembrou-se de "copiar" Sócrates Pinto de Sousa. Seguramente, com um mês de atraso em relação ao nosso PM, que é um homem de vistas largas, no ataque à crise e que em tempo oportuno, anunciou no Parlamento que o governo ia determinar a limitação das taxas máximas a aplicar pela Banca, no crédito ao consumo, quer sob a forma de empréstimos pessoais ou cartões de crédito.

Trata-se duma medida para estimular a economia.

Obama vem agora "copiar" essa medida.

Fica-me porém uma certeza é que no Estados Unidos a medida vai ser mesmo adoptada, enquanto em Portugal foi mera propaganda política, habitual nas quintas-feiras, em que visita a Assembleia da República, para vender o seu peixe podre.

Sócrates, disse nessa dia, que competia ao Banco de Portugal, estabelecer essa tal taxa máxima, o que neste caso equivale a que caia no esquecimento, já que essa entidade, acima dos interesses do País e de todos os cidadãos, coloca sempre em primeiro lugar os interesse da Banca, que deveria controlar e regular e não proteger escandalosamente como sempre fez.

Na altura o presidente da Associação de Bancos, (que funciona na prática, como adjunto de Constâncio), veio dizer que era preferível que o mercado funcionasse, deixando que a concorrência, fizesse baixar o valor dessa taxas.

Nós já sabemos o que acontece, "quando o mercado funciona", o mesmo que funciona nas gasolineiras, Aqui o cartel muda de nome passa a chamar-se "máfia bancária".

21 março, 2009

SABERÁ O QUE É UM PRESERVATIVO?



Apesar do que dizem alguns, e só alguns, católicos, pelo menos em relação ao preservativo, a Igreja está fora do tempo, da história e dos católicos, mais ainda de aqueles que gostaria que fossem católicos.
Se a Igreja quer continuar no tempo em que a procriação era o único objectivo de uma relação sexual, esquecendo que existe prazer, querendo a continuação da subserviência feminina por ela ser a encarnação do todo o mal, para ser consistente, a Igreja terá de voltar aos tempos das catecumbas, perder o fausto e o poder temporal. Só assim teria algum significado o que o papa disse nos Camarões.
Não o fazendo, além de demagógico, corre o risco de banalizar o 'pecado', já que todos aqueles que usam preservativo pecam cada vez que o usam.
Só gostava de saber o que os padres dizem hoje em dia no confessionário, se ainda se usar o confessionário:
"Arrepende-te e não voltes a pecar"? sabendo que, logo o tornarão a fazer, ou os padres não o consideram pecado, apesar do que diz o papa? ou os católicos não o consideram pecado e nem sequer se confessam, apesar do que diz o papa?
Mas no fundo, estou convencida de que das duas uma:
Ou o papa não sabe o que é um preservativo, ou até o sabe e bem demais.



02 março, 2009

Quem são os parasitas ?

Este é o governo socialista que temos, o governo que se diz de esquerda, mas que revela no seu congresso, número não sei quantos, que o seu verdadeiro pavor é ter medo que o eleitorado de esquerda, decida de vez, votar mesmo na esquerda.

Contradições que só se podem explicar, pelas políticas anti-populares do seu governo, que aproveita a crise para se vitimizar, bem como o seu e infelizmente nosso "chefe", que igualmente agradece a "campanha negra", para se fazer de vítima quando os indícios, mesmo que venham a ser arquivados, como se espera, o chamusquem politicamente, como as mentiras que já se provaram ter dito.

As políticas "socialistas" são reveladas pela forma como trata os seus próprios contratados, substituindo as suas obrigações de empregador directo, pela de contratador de serviços a empresas alugadoras de mão de obra.

Empresas de trabalho temporário, que no fundo constituem mais uma deriva, por forma que empresas parasitárias, explorem e ganhem dinheiro agenciado trabalhadores eventuais.

Empresas essas, que brincam com quem não tem forma de se defender, a quem pagam salários miseráveis, quando lhes apetece, não respeitando os encargos que esses mesmo assalariados têm com terceiros, para já não falar no estômago próprio os dos seus filhos.

Miserável este governo, que só tem olhos para defesa dos interesses dum tal Manuel Fino e restantes parasitas, na mira de eventual futuro emprego.

Os favores pagam-se dentro das famílias, quando acabarem a governação.

16 fevereiro, 2009

LOCALIZAÇÃO DO FUTURO AEROPORTO

Carta Aberta a Todos os meios de Comunicação Social



Carta aberta aos meios de comunicação portugueses,

Ainda há poucos dias assistimos através dos meios de comunicação à espectacular amaragem forçada de um avião de passageiros nas águas do Rio Hudson, junto a Nova Iorque. Na altura, foi sobejamente discutido o valor e perícia do piloto, que salvou os passageiros de morte certa, e a celeridade das embarcações que imediatamente recolheram os passageiros do avião sinistrado. Muito menos atenção recebeu a causa do acidente: o impacto de um bando de aves que causou a avaria dos dois motores do avião causando a queda (controlada) do aparelho.
A ocorrência de grandes concentrações de aves nas rotas de aproximação ou partida de aeronaves é um dos mais sérios desafios à aviação, mesmos nestes tempos modernos em que a tecnologia tantas vezes nos parece fazer imunes ao mundo natural que nos rodeia. Ainda no ano passado um outro avião teve também um problema semelhante em Itália, tendo sido obrigado a uma aterragem de emergência devido a um impacto com aves.
Parece assim natural e óbvio que a escolha das localizações dos aeroportos deve ter em séria consideração este tipo de riscos relacionados com a avifauna.
Não será então estranho que o governo português pretenda construir o novo aeroporto internacional de Lisboa na margem esquerda do Estuário do Tejo, na proximidade daquela que é irrefutavelmente a zona do país com maior densidade e abundância de aves? Se até em Nova Iorque ocorrem bandos de aves capazes de derrubar um avião, que dizer do Estuário do Tejo que alberga anualmente mais de 100000 aves aquáticas durante o Inverno? Isto, já para não falar do facto de esta ser uma Reserva Natural já desde 1976, tendo sido classificada como tal exactamente pelo valor que tem para a conservação da avifauna. Mas não tenho duvidas que é sobretudo a segurança dos futuros passageiros e não a das aves que mais preocupará os nossos governantes.
Uma das questões mais sérias são as aves que não usam apenas o estuário, mas também as áreas agricolas envolventes, nomeadamente o Maçarico-de-bico-direito.
Desde 2005 que trabalho num projecto da Universidade de Groningen, na Holanda, que foca a migração desta espécie de ocorrência comum na região do Estuário do Tejo. Estas aves reproduzem-se no Norte da Europa, nomeadamente na Holanda, migrando depois para a África Ocidental, onde passam os meses de Agosto a Novembro em países como o Senegal, a Guiné-Bissau e o Mali. A partir de Dezembro começam a migração de regresso às suas áreas de reprodução, parando em Portugal num período entre o final de Dezembro e o início de Março a fim de se alimentarem, sobretudo em arrozais, para obter a energia necessária para completar os seus vôos migratórios. Durante este período, tenho verificado todos os anos que se chegam a formar bandos de mais de 45000 aves, que se alimentam durante o dia em arrozais em redor dos estuários do Tejo e do Sado, passando a noite em zonas de sapal à beira dos rios.
Isto significa que temos bandos de dezenas de milhares de aves a fazerem vôos diários dos sapais para os arrozais e de volta. Várias destas zonas de arrozal ficam localizadas a pouca distância do Campo de Tiro de Alcochete, local de momento preferido para a localização do novo aeroporto. Mais gravemente, os referidos movimentos diários entre os arrozais e os sapais na orla do estuário levam os bandos de aves, que repito podem englobar dezenas de milhares de aves, a passar ainda mais próximo da localização provável do futuro aeroporto. Caso as rotas de aproximação e subida sejam paralelas ao estuário, como foi falado como medida para evitar a avifauna do estuário, os bandos de maçaricos iram cruzar essas rotas nos seus movimentos diários e, tratando-se de aves que voam a uma altitude considerável, poderão causar um grave risco de impacto para os aviões.
Por outro lado, no decurso deste projecto de investigação, marcámos muitas aves com anilhas de cor, usando combinações de cores que permitem identificar os indivíduos no campo, com o auxílio de um telescópio. A análise das observações destes indivíduos marcados mostra que ocorrem também movimentos entre as diferentes zonas de arrozal, incluindo movimentos entre entre o Sado e o Tejo, aumentando as possibilidades de bandos de aves cruzarem as rotas dos aviões.
Mas não são só os maçaricos que usam estes arrozais, muitas outras aves ocorrem nessas zonas e fazem movimentos na margem esquerda do Estuário do Tejo. Dois casos óbvios são as cegonhas, que se deslocam entre diferentes zonas de arrozal, e as gaivotas que se deslocam também diáriamente entre o estuário e as zonas agricolas (e não só os campos de arroz) envolventes, como ficou demonstrado por um indivíduo a que foi colocado um localizador GPS, na Holanda, e que foi seguido durante um ano, tendo migrado até Portugal e passado parte do Inverno no Tejo, onde fazia incursões frequentes até aos campos agricolas do concelho de Benavente. Tanto as cegonhas como as gaivotas são aves de porte consideravel e, no caso das gaivotas, ocorrem aos milhares na região em causa.
Posto isto, parece ser um absurdo a decisão de colocar um aeroporto neste local, mesmo que assim o tenha defendido o famoso estudo do LNEC, que no que respeita à avifauna foi efectuado em Novembro e como tal falhou por completo o período de maior abundância de aves que ocorre entre Dezembro e Março.
Por outro lado, convém lembrar que o estudo não disse que este era o local ideal, disse apenas que era menos mau do que a outra localização proposta, na Ota, tendo em conta não só factores ambientais mas também uma série de outros aspectos sobre os quais não me posso pronunciar por saírem fora da minha área de especialidade.
Foi também falado na altura que o problema das aves seria facilmente resolvido alterando a localização dos arrozais. Este ponto é no mínimo risível e demonstra um tremendo desconhecimento da situação pois tratam-se de largas centenas de hectares de campos de arroz, num dos principais núcleos de produção de arroz do país. Mesmo que todos estes campos pudessem ser removidos, não podem ser transpostos para outro local, pois a rizicultura só pode ser efectuada em zonas alagadiças ribeirinhas, locais que devido ao seu valor agricola já estão todos aproveitados para esse fim.
Por outro lado, se a deslocalização dos arrozais talvez pudesse resolver a situação dos maçaricos-de-bico-direito, não mudaria o facto que milhares de aves ocorrem nesta região e usam tanto as zonas estuarianas como os campos agrícolas, incluindo outros cultivos que não o do arroz, movendo-se um pouco por toda a zona em bandos de maior ou menor dimensão. Finalmente, convém lembrar que o Maçarico-de-bico-direito é uma espécie ameaçada, incluída na lista vermelha da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) pelo que a destruição de uma tão vasta área de habitat crítico para a espécie, como são estes arrozais, não pode ser vista de ânimo leve.
Penso que é essencial uma discussão profunda sobre a problemática das aves no que toca ao futuro aeroporto, tanto por motivos de segurança, como por questões ambientais e de conservação da biodiversidade. Na minha opinião esta questão torna de todo inviável o projecto de um aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.
Infelizmente este tema não tem recebido grande atenção por parte dos meios de comunicação nacionais, pelo que decidi escrever esta carta na esperança de poder assim trazer para a praça pública esta problemática.
Trata-se de um assunto de extrema importância que pode fazer a diferença entre um futuro de viagens aéreas em segurança de e para Lisboa, ou de novas imagens espectaculares de amaragens de emergência não em Nova Iorque, mas em pleno Tejo.


Pedro Lourenço


Pedro M. Lourenço
Animal Ecology Group, Centre for Ecological and Evolutionary Studies
University of Groningen
email: p.m.g.lourenco@rug.nl
telefone (NL): 0650632241
telefone (PT): 938468585

15 fevereiro, 2009

A saloiada nacional vêm de cima

Barack Obama quer trabalhar com Portugal para “edificar um mundo mais seguro”. O desejo do presidente norte-americano foi expresso numa carta enviada esta semana ao Chefe de Estado português a que a Agência Lusa teve acesso. Missiva semelhante também foi enviada ao primeiro-ministro José Sócrates.


Obama agradeceu a carta de felicitações enviada pelo Presidente da República portuguesa, aquando da sua eleição a 4 de Novembro. Dizendo ter apreciado “particularmente” a missiva de Cavaco Silva, Obama refere-se a “um quadro de desafios” que serão melhor defrontados em conjunto.

Pode ser que eu seja má língua, mas esta carta tem todo o aspecto duma circular ou algo parecido com isso, que o presidente Obama. terá mandado a todos os países do Mundo que o felicitaram pela sua eleição, como mandarão por certo as boas normas do protocolo e da educação.

Acredito, que a grande maioria dos Países o tenha feito e naturalmente a todos eles Obama terá agradecido, o que talvez falte aos outros lideres partidário é essa mesquinhez ridícula e saloia de se porem em bicos de pés, como fizeram os serviços da Presidência da República e do Conselho de ministros de Portugal, dando a entender que segundo Obama, somos extremamente importantes.

Era simples de ressolver esta questão, bastava não publicitar a recepção desta carta que realmente não tem importância NENHUMA .

10 fevereiro, 2009

Que a História não se repita

Salazar disse o seguinte no I Congresso da União Nacional em 26 de Maio de 1934

a economia liberal que nos deu o supercapitalismo, a concorrência desenfreada, a amoralidade económica, o trabalho mercadoria, o desemprego de milhões de homens, morreu já.

Receio apenas que, em violenta reacção contra os seus excessos, vamos cair noutros que não seriam socialmente melhores.

A História disse-me, que os excessos que na sequência da famosa crise de 1929 aconteceram e que não seriam socialmente melhores, foram ele próprio e o seu Estado Novo, porém, como as suas palavras se ajustam na perfeição a esta nova crise espero ardentemente que não apareça outro igual ou parecido, é a minha enorme esperança que a História não se repita.

05 fevereiro, 2009

EUTANÁSIA OU ASSASSINATO?






Já uma vez falei sobre este assunto, quando foi o ‘caso’ Terry Schiavo.
Vou relembrar a minha posição.
Sou a favor da eutanásia.
Penso que qualquer pessoa que esteja consciente, com doença terminal, ou mesmo que não esteja em estado terminal mas que se saiba à partida o que vai sofrer ainda até lá chegar, deveria poder pedir a eutanásia ou a morte assistida. Qualquer pessoa deveria ter direito a essa liberdade de opção.
Se já não estiver consciente, poderia também ter liberdade de escolha, desde que e só se o tivesse deixado escrito, enquanto consciente.
Para mim, eutanásia e, ou morte assistida, quer dizer, o desligar de uma máquina desde que cardíaca e não alargo mais no que ao desligar das máquinas diz respeito, ou uma qualquer injecção letal desde que não provoque dor.
No caso de Terry Schiavo e agora também no caso de Eluana Englaro, a situação é bem diferente.
- Desde logo, porque não estão conscientes e são outros a pedir a sua morte, o que não aceito de modo nenhum.
- Não deixaram nada escrito e tem de se confiar no que os familiares, mesmo que pais, dizem pensar que elas quereriam. Eles não têm a certeza se seria essa a opção de qualquer delas, eles unicamente pensam que elas teriam optado por essa via.
- Nestes dois casos, e, a medicina continua a saber muito pouco sobre o cérebro humano, não se trata de eutanásia nem de morte assistida, no meu entender como é óbvio, tratou-se e trata-se de deixar morrer à fome duas pessoas e vai demorar perto de duas semanas até que Eluana Englaro morra.
Para mim, isto é MORTE DESASSISTIDA
Para mim, isto é uma infâmia
Para mim, isto é um assassinato
Para mim, isto é um terror
Para mim, uma sociedade que permite que isto se faça, está no fim da civilização, por ser inadmissível a confusão ética sobre eutanásia e assassinato.
A repugnância que sinto hoje é maior, se é que pode ser maior, do que a que senti quando de Terry Schiavo.
Não me venham com a cantiga de que os médicos dizem que não vai sofrer. Todo o organismo sofrerá com a falta de alimentação. Já pensaram o que é um organismo inteiro a sofrer por falta de alimentação?
Daqui a uns anos poderá vir a saber-se que afinal o cérebro, ou as células nervosas, ou outra coisa qualquer, sofreu ou que registou o sofrimento.
E já repararam? Nem sequer está a dar muita polémica a não ser em Itália!!!!!! Já nos habituámos a que se pode matar alguém à fome?
Por que não uma lei que estabeleça o que é eutanásia e o que é assassinato?
Porque não uma injecção letal, nos termos em que referi?
Porque, deixem-me explicar melhor o que penso, mesmo que a morte destas duas mulheres fosse com injecção letal, pedida por familiares, eu estaria sempre contra.
Porque não se faz esta discussão nas sociedades?
Porque se deixará ao livre arbítrio de uma meia-dúzia de pessoas, mesmo que essas pessoas sejam juízes?
Já pensaram que poderia ser cá em Portugal? Aceitariam que os nossos juízes, que fazem cada argolada, decidissem da vida ou da morte de alguém? Os juízes Italianos serão melhores que os portugueses? E os americanos serão?
Não querem começar a discutir este assunto aqui? Com argumentos? Os que não têm a minha opinião e os que têm? Eu sei que muitos pensam de maneira diferente da minha. Gostava de os ouvir.

03 fevereiro, 2009

O homem mais rico de Portugal é um espertalhão

O meu amigo de infância o Penin Redondo escreveu no seu blogues DOT e COMe, o seguinte

Ao contrário do que alguns pensam a crise actual não representa a decadência do "neo-liberalismo", seja lá isso o que for, mas sim o apogeu.
Milhares de empresas aproveitam para se descartar dos empregados "obsoletos" ou para fazer uma oportuna cura de emagrecimento antes da retoma.
Mas agora, ao contrário do que acontecia antes, ninguém lhes leva a mal e o próprio Estado ainda dá uma ajudinha. Ou seja, a crise criou um belo pretexto para despejar nas mãos da Segurança Social uns largos milhares de trabalhadores descartados. Um verdadeiro paraíso "neo-liberal".


Concordo em absoluto com ele, tanto quanto esta notícia de hoje o confirma.

A Corticeira Amorim anunciou hoje o despedimento de cerca de 195 trabalhadores nas unidades de rolhas e aglomerados compósitos para fazer face ao "impacto negativo da crise global" na actividade do grupo.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), a Corticeira Amorim explica o despedimento colectivo, que assinala ser o primeiro na história do grupo, com a necessidade de adequar a produção, sobretudo naquelas duas unidades, à quebra na procura.

O processo de despedimento colectivo abrange a dispensa de 75 trabalhadores na unidade de rolhas e de 118 na de aglomerados compósitos.

A redução na produção da unidade de rolhas é justificada pela Corticeira Amorim com as consequências que a actual crise global vão "certamente evidenciar" no consumo nos principais mercados-alvo do sector vinícola, para além da perda de quota do mercado de rolha de cortiça.

Quanto ao sector de aglomerados compósitos, a empresa refere um "provável" impacto negativo nas vendas dos seus produtos, que incluem componentes para a indústria automóvel e para a construção, "sectores cujas dificuldades são amplamente conhecidas".

Quer dizer que a empresa do glutão Amorim, o tal mais rico de Portugal, tem um excelente staf que lhe permite antever as oscilações do mercado, o que é normal e ainda bem.

Mas o senhor glutão, não quer correr o risco de ganhar menos, de suportar algum recuo nos seus resultados, tem que ganhar o mesmo, ainda que à custa de mais 195 famílias no desemprego e ao mesmo tempo vê-se livre de mais alguns trabalhadores, sem problemas com muito bem diz o Penim Redondo.

Felizmente, ainda há por ai algumas (poucas) excepções. Para dizer que numa delas por certo o mercado do café, dos azeites ou do vinho, também vai conhecer algum recuo, naturalmente que a família Nabeiro, vai ganhar menos este ano. A crise existe realmente. mas não ouço falar em despedimentos em manter lucros à custa da miséria alheia.

Já sei o que dizem os glutões, que o problema não é deles é do Estado, é a este que compete zelar pelos desempregados, é para isso que pagam impostos.

Sei isso, mas eles também sabem no país em que vivem e as consequências dos seus actos, do mesmo modo que Mário Rui Azinhais Nabeiro, sabe que podiam ganhar muito mais, se tivesse empregados a menos.

É por essas e por outras que não bebo café quando oque me querem servir, não é Delta.


30 janeiro, 2009

José Sócrates já ganhou

As últimas notícias, sobre o caso Freeport, indicam-me com toda a clareza, que José Sócrates, o nosso primeiro em funções, será igualmente o próximo primeiro ministro cá da terra, renovando a maioria absoluta do seu partido, com maior conforto do que a actual, na Assembleia da República.

Há uma razão forte para a minha crença, aliás não desejada, é que o Povo português adora aldrabões, Os exemplo são vários como sabemos, basta rever os resultados que alguns deles obtiveram em eleições mais recentes.

Que é isso de condenar alguém, que abre a mão e o bolso, para deixar entrar um subornozito ?

A história deste País continua ser feita na presidência do Sr. Cunha e qual foi o cidadão eleitor que ao longo da sua vida civil, nunca oleou o sistema, para o requirementozinho andar mais depressa ?

Quem nunca pediu uma empenhoca à prima do tio, que é sobrinho do cunhado, do gajo que trabalha no Ministério, para acelerar a sua pretensão ?

Não meus senhores, neste País ser aldrabão e corrupto é qualidade, não é defeito, fuga ao físco é heroísmo, não é crime, logo o nosso apreço deve ser dirigido para quem o merece, não para os palermas copinhos de leite, com tudo certinho e cumpridores.

Note-se que não estou a afirmar que José Socrates é culpado, nunca o fiz com ninguém, nem farei, mas não é preciso ser ilibado, para ganhar eleições, além de eventual aldrabão, é óptimo ser vítima.

28 janeiro, 2009

Ele há crimes bem mais graves

As autoridades britânicas pediram a Portugal diligências para apurar se José Sócrates "facilitou, pediu ou recebeu" dinheiro para licenciar o Freeport, noticiou esta quarta-feira a TVI.

Em reacção, o primeiro-ministro remeteu para as declarações de hoje da procuradora-geral adjunta, que garantiu não haver suspeitos ou arguidos neste caso.

Segundo a TVI, uma carta rogatória enviada pelas autoridades britânicas à Procuradoria-geral da República diz que José Sócrates se reuniu, em Janeiro de 2002, com três representantes do Freeport, suspeitando os investigadores ingleses de que o actual primeiro-ministro "facilitou, pediu ou recebeu" dinheiro para licenciar o projecto.


Claro que a confirmar-se esta possibilidade acho que é muito grave.

Contudo é muito mais grave para mim se ludibriou, enganou ou mentiu ao povo português,

Para alguns crentes, bem intencionados os facciosos do PS, isso ainda está por provar, para outros não precisa de ser investigado pela PJ, basta ler o programa pré-eleitoral do seu partido



20 janeiro, 2009

PRESIDENTE!!!!






Tenho um prazer verdadeiro em estar a fazer este post.
Sei que ouvi o MAIS BELO DISCURSO FEITO POR UM POLÍTICO.
A VONTADE, O IDEAL, A ESPERANÇA.
Sei que vai haver desilusões, mas veleu bem a pena.
PARA MEMÓRIA FUTURA






03 janeiro, 2009

Andar de burro para cavalo



Estas são em resumo as notícias de hoje, no que ao Ministério da Agricultura dizem respeito

1-O ministro da Agricultura conseguiu o enorme feito de ter à sua disposição mais de mil milhões de euros e de não os utilizar", denunciou, em declarações ao CM, João Machado, que acusa Jaime Silva de "penalizar" os agricultores.

2-Portugal vai ter de devolver 580 mil euros de verbas da PAC devido à falta de controlo financeiro.

Face a estas questões e ás preocupações do Presidente Cavaco Silva que disse
, no seu discurso de ano novo

Os agricultores, sentem-se penalizados face aos outros agricultores europeus por não beneficiarem da totalidade dos apoios disponibilizados pela União Europeia

Não seria de exigir ao governo, e em especial ao Ministro da Agricultura, que explicasse ao País, a quem cabem as responsabilidades, por estes falhanços, que de um modo geral e sem ouvir as suas explicações, seriam mais do que motivo suficeinte, para que fosse substituído do cargo ?

Claro que quando digo substituído, não quero dizer, ir ocupar um lugar de gestor numa emperesa qualquer a ganhar 5 ou 6 vezes mais, porque a ser assim, até pode dar vontade de ser burro e incompetente para ser promovido a cavalo e correr-se o risco de vir a tornar-se numa estratégia.

27 dezembro, 2008

GANHOU O BRASIL, PERDEMOS NÓS






Façam o favor de pôr o video a funcionar enquanto ouvem uma das boas interpretações de Maria João Pires.




Os músicos têm de ter grandes almas.
Quanto maior for a sua a sua genialidade, maior alma têm de ter.
Maria João Pires é uma das maiores intérpretes de piano. Dizer isto é dizer tão pouco.
Apaixonada, tem de se dar, como poucos o têm feito.
Sonhou Belgais
Que fizemos nós povo mesquinho e invejoso? Virámos costas. Todos os intelectuais da praça, se viraram contra ela, quando zangada, depois de ter oferecido um sonho inédito no mundo, de ter oferecido a sua saúde, quando era necessário cumprir com o prometido e apoiá-la, não só o estado lhe virou costas, como os intelectuais (pfff! os inlectualoides) ao ouvirem falar em dinheiro vieram à praça e viraram-se contra ela.
Pelo que disse? Não acredito, acho, ponho as mãos no fogo e aposto que não me queimo, que foi pelas verbas envolvidas.
Tacanhos dos intelectualoides, da nossa praça, que nunca perceberam quem era Maria João Pires.
Que nunca perceberam que não havia nenhum que lhe chegasse aos calcanhares.
Que nunca perceberam que qualquer país quereria ter tido a hipótese de ter Belgais!!!
Tacanhos, invejosos, estúpidos que nós somos.
Está agora a fazer um trabalho notável nas favelas de São Salvador da Baía. O que interessa não é o facto de ser notável, é o facto de mais uma vez ser inventivo, de não existir nada que se pareça no mundo.
Ensina, também música através da capoeira. Juntou um grupo, de diversas artes. Literatura, pintura, capoeira e piano.
Maria João Pires, que toca divinamente piano, mas também ia à horta apanhar as couves biológicas que tinha semeado, também andava a guiar o tractor, também passava os dias a cozinhar, além de dar aulas de piano a estudantes de todo o mundo que sonhavam também com Belgais e ter como professora Maria João Pires, além de ter de praticar piano diariamente, além de se dar por inteiro, além……..
Terão percebido quem perdemos?
Terão percebido que não houve dinheiro para manter Belgais, aliás, nunca há dinheiro para a cultura no nosso país, pelo simples facto de que não temos nenhuma cultura, e quem a tem, acha que cultura é ir ao estrangeiro, ouvir precisamente Maria João Pires, mas manter Belgais…para ela ensinar a cantar ou fazer um excelente coro com os meninos da terra, da aldeia? Isso não é cultura, isso é deitar dinheiro à rua.
O mesmo estado que não teve dinheiro para manter Belgais, tem agora para manter os famigerados bancos, que deviam ir à falência.
Raios. Às vezes tenho uma raiva e uma vergonha de ser portuguesa….e fico zangada, que me obriguem, a mim que adoro o meu país, a ter vergonha dos meus conterrâneos.
Ganhou o Brasil e perdemos nós.
Foi assim que acabou o programa passado hoje na RTP2, sobre Maria João Pires.
Ganhou o Brasil e perdemos nós, dizia há pouco, com ar triste Eunice Muñoz
Será que ouço uns sussurros a perguntar que cultura terá Eunice Muñoz?
Será?


23 dezembro, 2008

A BOA-NOVA DO PAPA RATZINGER






No dia 23 de Dezembro de 2008, o papa Ratzinger, na sua mensagem de Boas Festas inovou.
E de que maneira!
Não estariam os católicos à espera que o papa falasse da pobreza que grassa neste mundo de miséria?
Não estariam eles à espera, já que se não importa com a pobreza, como poderá ele preocupar-se, de barriga cheia, sendo o Vaticano um Estado riquíssimo, que falasse ao menos da Guerra e da Paz?
Não estariam à espera, já que a guerra nada lhe diz, pois se faz parte de uma Igreja que sempre perseguiu, que falasse ao menos da crise económica? da corrupção, de Madoff?
Não! o papa inovou o seu discurso. O papa quer voltar às perseguições.
Boa!!!
Estamos na era Moderna!
Mas quem quer o Papa perseguir? de quem é que, numa mensagem de Boas Festas, o papa se lembrou?
Dos homossexuais!!!!!!!!!!
E que quer o papa?
Persegui-los? matá-los?
Nunca ouvi discurso mais XENÓFOBO, que este do papa.
Caramba!!! Não podia ter feito melhor!
Já têm ordem oficial do "Santo" Vaticano, para matar, esfolar, tentar o tiro ao alvo, o que quiserem
Não matarás? desde que não seja homossexuais.
Entrámos em mais uma "Guerra Santa" da Igreja!!!!!
Haja Deus, Paciência e Pachorra para aturar a mesquinhez, a falta de inteligência de um chefe destes.

19 dezembro, 2008

Rugas

Hoje o protesto é diferente, embora não deixe de o ser. É contra a indiferença e disso o governo não tem culpa. A indiferença com que nós portugueses encaramos as nossas coisas que valem a pena, sempre prontos a idolatrar o que lá de fora vem, sem prestar atenção ao que ao pé de nós acontece e que é nosso, feito pela nossa gente.

Eu quero saber porque razão, se ignoram artistas como o Pedro Barroso e é só um exemplo entre muitos. Um homem com a qualidade do seus poemas e da sua música, passa ao lado, da maioria dos portugueses, porque será ?

Desejo as melhores Festas para todos, as possíveis e que o ano que vêm não seja tão duro, como aparenta vir a ser.

Para a Minucha, minha querida amiga e parceira das refilisses, um beijinho especial.

(Para ouvir. desligar o que está na etiqueta lateral)


Rugas - Pedro Barroso

18 dezembro, 2008

A exposição dos 85 milhões

Portugal exposto em 85 milhões ao caso Madoff

Banco de Portugal apura exposição de 11 milhões na banca e 67 milhões na gestão de activos.

É um título retirado do Diário Económico.com, assinado por Tiago Figueiredo Dias.

Em comunicado, o Banco de Portugal anunciou que a exposição directa do sistema bancário português ao ‘Grupo Madoff’ ascende a 18 milhões de euros, enquanto que a exposição das carteiras de activos sob gestão atingem os 67 milhões de euros.

Naquela que é a primeira vez que a autoridade presidida por Vítor Constâncio se pronuncia sobre o impacto da fraude cometida por Bernard Madoff, o Banco de Portugal qualifica a exposição do sector nacional como “extremamente reduzida”.

Mas eu digo que o nosso amigo Figueiredo Dias deve estar equivocado, não é Portugal (ou pelo menos não devia ser) que está exposto em 85 milhões, são os portadores desses títulos ocos que enchiam os fundos, criados pela alta finança e pelos chupistas habituais, que estão expostos em 85 milhões.

A maioria do povo, sobretudo os 2 milhões de portugueses que vivem no limiar da pobreza, não estão expostos mais nada do que à fome e ás privações de todos os dias.

Quando a banca armou a cilada da chamada fraude em pirâmide, à Afinsa, cuja maioria dos fundos eram, está provado, originiários na pequena poupança, que se disse na altura, paciência quem arriscou perdeu, vão à vossa vida.

Ninguém disse na altura que Portugal estava exposto a esse prejuízo, agora já é o País ? Não senhor Dias , quem está exposto são os tubarões ricaços . Tenha coragem e diga-lhes, paciência arriscaram perderam, vão à vossa vida.

13 dezembro, 2008

NATAL? PARA QUEM......

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11 dezembro, 2008

As economias salvam-se com poder de compra

Não tenho ouvido ser repetida essa notícia, pelos orgãos de (des)informação nacionais, a ponto de quase duvidar ter ouvido o António Vitorino dizer na Tv, no programa da Judite de Sousa, que uma das medidas preconizadas na Alemanha, para incrementar a economia, foi a decisão goernamental de atribuir a cada alemão 500 €, que supõe sejam gastas nesta época natalícia.

Não que eu pense seja possível ou que o governo português tenha capacidade financeira, para tomar idêntica medida, mas o que me importa salientar é a diferença de atitude em relação ao governo português que a decisão alemã encerra.

É óbvio, que o governo alemão quer dizer, que aposta no relançamento da economia alemã, na medida em que o poder de compra dos alemães aumentar. O nosso governo de pacóvios, acha que ao contrário, o relançamento da economia se baseará no apertar do cinto e nos salários miseráveis dos trabalhadores, patente no ridículo dos aumentos do salário mínimo nacional e dos funcionários públicos.

A baixa das taxas de juro aconteceram porque correspondeu a uma decisão do Banco Central Europeu, alguém pensa que o governo português tomaria idêntica medida, se essa decisão fosse de sua competência ?

Diferentes visões levarão por certo (infelizmente) a conclusões diferentes.

05 dezembro, 2008

CORRUPÇÃO





A corrupção grassa pela polícia!!!!!
Depois de ter visto uma reportagem, notável, de Mafalda Gameiro, a mulher que não tem medo de correr perigos, com dois criminosos, traficantes de armas do mesmo bando, fiquei a saber, ficámos todos os que vimos, que a polícia quando faz apreensões de armas, desvia as melhores, armas de guerra, até as declarar oficialmente.
Poderia ser, eventualmente, o criminoso que falava a gabar-se, mas não era em definitivo.
O dito criminoso, até estava com pena dos polícias, que a vida dos criminosos não era fácil mas as dos polícias, também não, dizendo inclusivamente que havia polícias que vendiam as próprias armas, por não terem dinheiro. Diriam aos seus chefes que as tinham perdido ou que tinham avariado.
A corrupção grassa pela polícia!!!!!
Primeiro fiquei chocada, mas logo de seguida pensei e porque não? se a corrupção grassa nos políticos e por toda a sociedade?
Quanto mais altos os cargos, quanto mais dinheiro se tem, maior é a corrupção.
Nada se faz!
Caramba! os polícias não terão também direito a ser corruptos?
Não serão todos filhos do mesmo Deus?
Ora, porque não? se a corrupção é que está a dar?

03 dezembro, 2008

Estamos todos a ver daqui

O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou esta quarta-feira que as famílias portuguesas vão ter melhores condições de vida em 2009.

"As famílias portuguesas podem esperar ter um melhor rendimento disponível em 2009, que advirá da baixa da Euribor e da baixa da taxa de juro. Isso vai aliviar muito as famílias nas suas prestações para pagarem os créditos à habitação, que são hoje uma componente muito significativa das despesas familiares", disse José Sócrates, citado pela «Lusa», à margem do encontro com empresas do sector automóvel, onde foi ainda apresentado um plano de apoio a esta indústria.

VAI UM PANO ENCHARCADO SR ENGº ?

No entanto há famílias em Portugal que vão dar razão ao Engº Sócrates, a do Dr. Balsemão e dos outros ricaços depositantes do BPP, cujo dinheirinho será salvo por todos nós, os pagantes deste País.

Pois, pela primeira vez o ministro das Finanças considerou, esta quarta-feira, que o Banco Privado Português, pode não ser viável (ele está farto de saber que os activos de 672 milhões, são representados pelo lixo que andaram a comprar.

No entanto, Teixeira dos Santos fez questão de sublinhar que a intervenção do Estado ao dar aval ao empréstimo de 450 milhões de euros para salvar o BPP, passa por uma medida que se baseia no compromisso de salvaguardar a situação dos depositantes, como o Executivo prevê para a generalidade das instituições bancárias para enfrentarem a crise financeira,

TAMBÉM SE ARRANJA UM PANITO PARA SI SR. MINISTRO

É o preço a pagar pelas campanhas eleitorais no Expresso, que ai vêm.


01 dezembro, 2008

MAR PORTUGUÊS



"Tudo o que é necessário para o triunfo do mal, é que os homens de bem nada façam".
(Edmund Burke)



foto de JOSÉ BOLDT





E vou passeando pela calçada que ondeia, mar português que se nos enfiou nas veias, que de aventura em aventura nos deixou encalhados, como encalhado está, quem dorme em cima do banco.
Maldita sorte!
A dele que para ali está, sem teto, sem comida, sem nada. Todas as vinte e quatro horas do dia à espera do adormecimento, desejando que ele venha cada vez mais rápido, querendo que se prolongue cada vez por mais tempo, e o tempo não lhe faz a vontade
A dor no estômago constante, até conseguir arranjar vontade para se levantar e ir mendigar a sopa dos pobres.
A nossa que para aqui estamos, todos acreditando num qualquer milagre que nos tire este sentir português, medonho, tristonho, ensimesmado, invejosos, a não ser quando é para falar mal dos outros, nisso somos gigantes, Adasmatores feitos, que nada tememos, porque lançamos boatos ou insultamos tudo e todos animadamente, porque somos Adasmatores.
Foi esta a herança que nos restou de Alcácer-Quibir: Não "termos" RAÇA (leia-se, espírito, alma, coração)


24 novembro, 2008

Lá vai o tempo do jornalismo isento

É interessante mas lamentável, ouvir a Felicia Cabrita dizer que o jornalismo, já não é o que era. ou pelo menos o que foi, quando permitiu que, viessem a lume casos como o da Casa Pia.

Insinuou, muito claramente, que o jornalismo de investigação, que lhe permitiu aflorar a abertura do caso Casa Pia, aprofundando-a para além do colégio Pina Manique, a outros colégios também pertença da Casa Pia, (nomeadamente os que são habitados por raparigas), tinha sido truncada, nos orgãos de informação para quem trabalhava, que como sabemos pertencem ao grupo Impresa, envolvendo especialmente a Sic e o Expresso.

Volto a referir, que esses orgãos de comunicação social, não são de confiança, estão engajados ao poder político e económico, que impõe a sua lei em troco da publicidadezinha e de outras influências.

Juntando esta afirmação de Felícia Cabrita, dizendo que só ainda não lhe conseguiram calar a voz, ao facto há dias por mim denunciado, de ter ouvido Ricardo Costa o patrão da informação da Sic-Notícias dizer que há muito tempo se sabia do caso BPN (porque não terá então denunciado esse caso ?), fica claro para mim que do Expresso e da Sic não espero isenção e não me diz nada armarem-se em campeões da informação, DEPOIS de pessoas como Oliveira e Costa, terem caído em desgraça.

Lá vai o tempo em que sendo o Francisco Balsemão, primeiro ministro e proprietário do jornal, era o Expresso o primeiro a critica-lo.


12 novembro, 2008

ESPANTO MEU






No final do ano lectivo, toda a sociedade portuguesa opinou sobre a aluna que empurrou uma professora, por causa de um telemóvel.
Disse na altura que, quanto a mim, a culpa era da professora, não defendendo de nenhuma maneira a aluna.
O meu espanto é ter visto alunos de uma escola, acompanhados por todos os professores dessa mesma escola, atirar ovos à Ministra da Educação.
Nos blogs por onde passei, alguns dos quais se insurgiram contra a dita aluna, e bem, vi poucos a tomarem posição por alunos terem atirado ovos a uma Ministra, pior do que isso, uns até defendem os alunos.
Ora bem.
Cá para mim, há um mínimo de educação e de civismo que não deve ser ultrapassado.
Este Governo foi eleito, não interessa para o caso se bem ou mal, por parte maioritária do povo português que o elegeu. Qualquer Ministro é representante desse Governo.
Atirar ovos a um Ministro, ainda por cima sem argumentação, é lamentável.
Haver alunos de uma escola que atiram ovos a uma Ministra, acompanhados dos seus professores, que os olham embevecidos, é trágico.
Serão esses mesmos professores, os mesmo que amanhã se queixarão quando um aluno lhes der um empurrão, lhes riscarem o carro ou lhes atirarem com ovos. Serão esses mesmos professores que virão publicamente, pôr as mãos na cabeça, com a falta de segurança e com a má criação.
Julgam que ganharam o respeito dos alunos, quando finalmente lhes demonstraram que a violência é apreciada, que a má criação é justificável quando se não gosta das medidas, que as hierarquias não são para respeitar.
Hei-de ver estes mesmos blogs a gritarem 'aqui d'el-rei' quando um aluno atirar com um ovo à cara de um professor.
Não se venham queixar depois!!!!!


09 novembro, 2008

Como moscas em papel colante


Isto de ter um blogue, é uma aventura curiosa e digna de ser analisado por especialista em psicologia.

As matérias que se abordam, podem como é natural ter mais interesse do que outras, aquilo que para o colaborador do blogue, pode ser interessantíssimo ou susceptível da geral a maior indignação, pode para a maioria das pessoas que o lêem não ter qualquer relevância ou seja digno de suscitar qualquer tipo de interesse.

Pode falar-se mal do governo, dos partidos, seja do que for da actualidade política nacional ou internacional, que por vezes nem um comentário se recebe, porém se se falar de forma crítica do anterior regime, ou da figura sinistra do Dr. Salazar, eles aí estão, chovem comentários, normalmente a coberto do anonimato e sempre de forma ofensiva.

É o que eu chamo o efeito papel apanha moscas. Recordando aquelas tiras de papel que se pendurava no tecto, especialmente dos estabelecimento comerciais, e que feitas de material pegajoso atraíam as moscas que acabavam por morrer lá coladas.

Comparo a essas tiras de papel nojentas, com esses post que acima referi, também a eles se colam todo o tipo de moscas e outros vermes voadores, que pegam e não largam mais.







05 novembro, 2008

YEEEES!!! OBAMA GANHOU!!!!






O DISCURSO DE OBAMA, NO DIA QUE SOUBE QUE ERA O NOVO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

APERGUNTA QUE SE IMPÕE: CONSEGUIRÁ ELE MODIFICAR A AMÉRICA?




04 novembro, 2008

Haverá ainda jornalistas ?

Ouvi hoje, sem surpresa, por estar farto de saber o que a casa gasta, o jornalista Ricardo Costa, um homem que tem responsabilidade de direcção na Sic-Notícias, mas que deveria ter ainda mais, para com a sua carteira de jornalista, dizer a propósito do caso do Banco Português de Negócios, que há muito tempo que toda a gente sabia o que se passava naquele Banco.

A pergunta óbvia que o colega que o entrevistava não lhe fez e que deveria ter feito, não fosse o corporativismo, pouco profissional, que envolve toda aquela gente, seria então porque não o denunciaram ? Porque não fizeram disso notícia ?.

Se já toda a gente sabia, como Ricardo Costa afirma agora, fazendo o seu papel de esperto, não seria cumprir o papel de jornalista, trazer o assunto ao conhecimento público ?

O que fala mais alto ,a sua condição de jornalista ou a de gestor que não quer perder, as receitas que aquele banco pode trazer ao seu grupo ?.

Incluo claro o Expresso, que pretende ser o paradigma da informação exemplar, desde qe não prejudique o negócio claro.

Ele há carteiras de jornalista, entregues a quem o não merece

02 novembro, 2008

A exemplo do futebol

O futebol, em especial o português, não tem grande motivo para servir de exemplo, sobretudo no que à organização administrativa diz respeito.

Porém a propósito duma notícia lida recentemente, acho oportuno trazer um comentário à guisa de reflexão por comparação.

Soube, que nos dois campeonatos nacionais de futebol profissional, a Liga Sagres (1ª Divisão) e a Liga Vitalis (Liga de Honra), os jogadores ali inscritos, têm que ser profissionais.

Para serem inscritos no primeiro caso, têm que auferir, no mínimo, o equivalente a 3 ordenados mínimos nacionais (1278 €) e no segundo caso 2,5 ordenados mínimos (1065 €).

Quer isto dizer, que está estabelecido que no caso concreto da indústria futebol, para poderem ir a jogo, as empresas (clubes), têm que despender no mínimo, aqueles valores por cada profissional ao seu serviço.

Isto a propósito, da choradeira nacional que por aí vai, só porque o governo reafirma o já aceite em concertação social ,o aumento do salário mínimo nacional para 450 € por mês, na prática um aumento de 24 € por mês e por trabalhador.

É lamentável, que ainda existam empresas que baseiem a sua actividade, na exploração da mão de obra a níveis que se situam, nos últimos lugares da União Europeia.

É lamentável que essas empresas possam continuar a ir a jogo, baseando a sua actividade em salários de miséria. Pelo menos nisso o futebol serve de exemplo e se alguns clubes, podem ser obrigados a fechar as portas por incapacidade de cumprir esse mínimos, porque não podem essa empresas seguir o mesmo caminho ?

Cá por mim não fazem falta nenhuma

Relembro, aos saudosistas de pesadelos passados em informação adicional e a propósito de alguns comentários que se continuam a produzir, num post 2 números atrás, que nos famosos anos de glória nacional do ministro Salazar entre 1928 e 1931, que não havia ordenado mínimo nacional, nem fundo de desemprego (aliás nunca houve), nem abono de família, nem rendimento social de Inserção, nem sapatos, nem saúde.

Havia sarja para vestir, alpercatas para calçar, tuberculose para cuspir, fome para comer.

A avaliar pela choradeira de hoje, imagine-se os salários de então, escudados pela repressão a quem ousasse levantar a voz.

A criação do imposto de "salvação pública" e a multiplicação das "taxas de salvação nacional" sobre o açúcar, a gasolina, óleos, etc.., deve adivinhar-se ao que níveis conduziu o custo de vida., mas era tudo a bem da Nação e da salvação do deficit.


31 outubro, 2008

A cimeira das promoções

O primeiro-ministro, José Sócrates, fez da sua primeira intervenção na Cimeira Ibero-Americana "um momento de promoção" do computador Magalhães, presente na mesa de trabalho dos 22 Chefes de Estado e de Governo.

Durante mais de cinco minutos Sócrates apresentou o Magalhães como sendo "o primeiro grande computador ibero-americano" dizendo mesmo que é uma "espécie de Tintim: para ser usado desde os sete aos 77 anos".

"Não precisam de mais nada", reforçou, acrescentando que o Magalhães é um "computador de última geração", dotado de um processador da Intel, construído em Portugal e que está a ser distribuído nas escolas do ensino básico em Portugal.

A promoção foi inteiramente patrocinada pela J P Sá Couto, empresa produtora do Magalhães.

Espera-se nos próximos dias uma intervenção do Primeiro-Ministro Zapatero, sobre a qualidade extra do bacalhau Pascoal , o tal que não tem rival . De Lula da Silva ainda não existe a certeza se vai abordar só a questão da promoção do Carnaval Brasileiro, ou numa intervenção mais longa e abrangente o tema O Brasil como destino de férias



28 outubro, 2008

Tronco em flor estenderiam os ramos

Passou-me pelo olhos de raspão, em blogues que não denuncio por não ser bufo, que está a decorrer a organização dum certo Encontro de Blogues Nacionalista, lá pelos finais do próximo mês de Novembro.

É sempre interessante constatar-se, que até os ultras do anterior regime, que dão pelo nome de saudosistas, patriotas e quejandos, arvorando-se de paladinos defensores da raça lusitana e branca naturalmente, usufruem da liberdade de se reunirem,o que obviamente recusariam aos "comunas" e outros esquerdistas tipo Paulo Portas, se por acaso e mera infelicidade conjuntural, fossem poder.

Vão por certo divertir-se imenso de bracinho esticado e suástica no verde da camisa, imaginando-os desde já fardados de mocidade portuguesa ou de legionário, entoando os velhos cânticos do decrépito fascismo.

Adivinho que vão justificar a crise económica, vomitando o seu velho ódio de derrotados, para cima das minorias étnicas, com pena de não serem altos e louros em vez de pequenotes e tez morena, consolidado os séculos de sangue árabe, que lhes corre pela veias.

Adivinho que vão tentar demonstrar que a crise, a fome e o analfabetismo, a repressão e a violência, nasceram em 25 de Abril, que teria o maior êxito se vivêssemos num país de gente sem memória ou de atrasados mentais, como eles.

De tronco em flor, acredito que possam estar, agora estender os ramos, é que não acredito, era preciso que alguém lhe passasse cartão, muito mais do que o que estou a fazer agora.