02 novembro, 2008

A exemplo do futebol

O futebol, em especial o português, não tem grande motivo para servir de exemplo, sobretudo no que à organização administrativa diz respeito.

Porém a propósito duma notícia lida recentemente, acho oportuno trazer um comentário à guisa de reflexão por comparação.

Soube, que nos dois campeonatos nacionais de futebol profissional, a Liga Sagres (1ª Divisão) e a Liga Vitalis (Liga de Honra), os jogadores ali inscritos, têm que ser profissionais.

Para serem inscritos no primeiro caso, têm que auferir, no mínimo, o equivalente a 3 ordenados mínimos nacionais (1278 €) e no segundo caso 2,5 ordenados mínimos (1065 €).

Quer isto dizer, que está estabelecido que no caso concreto da indústria futebol, para poderem ir a jogo, as empresas (clubes), têm que despender no mínimo, aqueles valores por cada profissional ao seu serviço.

Isto a propósito, da choradeira nacional que por aí vai, só porque o governo reafirma o já aceite em concertação social ,o aumento do salário mínimo nacional para 450 € por mês, na prática um aumento de 24 € por mês e por trabalhador.

É lamentável, que ainda existam empresas que baseiem a sua actividade, na exploração da mão de obra a níveis que se situam, nos últimos lugares da União Europeia.

É lamentável que essas empresas possam continuar a ir a jogo, baseando a sua actividade em salários de miséria. Pelo menos nisso o futebol serve de exemplo e se alguns clubes, podem ser obrigados a fechar as portas por incapacidade de cumprir esse mínimos, porque não podem essa empresas seguir o mesmo caminho ?

Cá por mim não fazem falta nenhuma

Relembro, aos saudosistas de pesadelos passados em informação adicional e a propósito de alguns comentários que se continuam a produzir, num post 2 números atrás, que nos famosos anos de glória nacional do ministro Salazar entre 1928 e 1931, que não havia ordenado mínimo nacional, nem fundo de desemprego (aliás nunca houve), nem abono de família, nem rendimento social de Inserção, nem sapatos, nem saúde.

Havia sarja para vestir, alpercatas para calçar, tuberculose para cuspir, fome para comer.

A avaliar pela choradeira de hoje, imagine-se os salários de então, escudados pela repressão a quem ousasse levantar a voz.

A criação do imposto de "salvação pública" e a multiplicação das "taxas de salvação nacional" sobre o açúcar, a gasolina, óleos, etc.., deve adivinhar-se ao que níveis conduziu o custo de vida., mas era tudo a bem da Nação e da salvação do deficit.


6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Luisinho

Descupa vir-te emndar.
"Havia sarja para vestir, alpercatas para calçar,..."

para quem as tinha, porque me lembro muito bem de ver mulheres, homens e crianças, por esse Portugal fora que andavam descalços em caminhos de terra batida, porque não haviam estradas, fizesse sol ou chuva.

A maior parte das pessoas do campo, não tinham reforma, nem ordenado fixo.
Ganhavam uma "jorna" miserável, em dias que se trabalhasse, porque no campo, há alturas em que não há trabalho, por isso, partia-se do princípio que também não haveria direito a comer.
A memória só é curta, para quem não quer saber como era Portugal.
Hoje em dia, em Portugal, apesar de tudo e felizmente, vive-se muito melhor que alguma vez se viveu antes de Abril de 74.

Luís Maia disse...

Fizeste muito bem em emendar-me como "homem do cimento armado", esqueço-me dos mais martirizados do regime, os camponeses

Também acho que viveste mais esse ambiente que eu

Anônimo disse...

Passavam fome!? Pudera, não havia dinheiro para comerem!!!... Mas havia dinheiro para o tintol, as carraspanas eram de tal ordem, que duravam os meses não produtivos mais todos os outros, mas a culpa dos bêbados e do tintol, era da pide e de Salazar e toca o disco e todos ao bailinho, que dança-se a Polka.
Falamos de 50 anos atrás!?
Nessa altura não seria toda a Europa pobre? Uns mais do que outros, mas todos dentro das mesmas situações?
Eram, mas enquanto os outros povos com verdadeiro amor e sentido patriótico para com os seus países, arregaçaram as mangas e (sem alpacas), para o verdadeiro trabalho e inventaram outros, porque o importante era desenvolver os seus países, o povo português apático e bêbado, na sua grande maioria e com pouca vontade voltada para o trabalho,( muitos nasciam já cansados ), nada faziam em prol do desenvolvimento do país, o povo português a única coisa que sabe fazer muito bem, é condoer-se e lastimar-se consigo próprio, invejar o que o vizinho tem, preferia roubar as propriedades a quem pertenciam por direito de propriedade do que trabalhar nessas mesmas propriedades, com um único sentido o de produzir e contribuirem para o desenvolvimento de Portugal.
Falo de uma maioria do povo português, (que se entenda), porque existia como existe, uma minoria que trabalha, que se sacrifica e soa por todos, nunca um país é desenvolvido quando existe uma minoria a trabalhar e sustentar uma maioria de calaceiros e bêbados. Nunca em tempos alguns.
Os martirizados de que falam aqui, deveria de ser a Catarina Eufêmia, essa desordeira e frustrada, que apanhava pancada do marido e depois revolvata-se contra tudo e todos, característico também do mulherio, mulheres azedas e cruéis.

Falem do que andaram a fazer todos estes anos, 34 própriamente ditos, para se desenvolver um país, serão tão somente necessários apenas 4 a 5 anos.
Onde está Portugal na Europa? ou mundial? sem Salazar, sem pide, na tal demokracia?
Envergonhem-se senhores, ponham os vossos olhos numa Espanha que estava no mesmo nível ou pior que Portugal 34 anos atrás.
Mais, ponham os vossos olhos nos países saídos da opressão, terror e morte do domínio soviético, alguns deles ultrapassaram Portugal e de longe.
Ponham os vossos olhos na degradação e pobreza deste ensino, nas condições dignas e humanas dos nossos deficientes, nos serviços e assistência da saúde, na justiça ( que essa não existe para os pobres, só para os ricos e funciona só a favor deles ), na segurança social. Nunca mas nunca, em Portugal existiu tamanha desigualdade social em tempo algum como desde há 34 anos, tirando os 2, 3, anos a seguir ao 25 de Abril, onde os tais pobrezinhos ficarem ricos pelos roubos e ocupações das propriedades alheias, (em que muitos ainda hoje mesmo vendo o grande desastre em que Portugal se encontra, defendem este estado de podridão, com medo de perderem esses previlégios de conquista revolucionária vermelha, adquiridos fraudulentamente e ilegalmente) culpam Salazar, a pide etc… E não gastam o disco já velho, em desuso e cansativo aos ouvidos mais inteligêntes.

Anônimo disse...

Em relação à comparação que faz com Espanha tem toda a razão.
Durante os dez anos de Cavaco Silva como Primeiro Ministro, entraram em Portugal 6 milhões de contos por dia, de fundos da CEE
Espanha estruturou-se, Portugal...não se sabe para onde foi o dinheiro, além de estratégias completamente erradas como a das pescas, por exemplo.

Sempre houve bêbados em Portugal.
Continua a haver e em todas as classes sociais.
Sabe o que acho estranho? o ódio que tem ao povo português do qual faz parte.

"envergonhem-se senhores"
porquê?
Será que o senhor fará alguma coisa para o estado do país mudar?

Anônimo disse...

Durante os dez anos de Cavaco Silva como Primeiro Ministro, entraram em Portugal 6 milhões de contos por dia, de fundos da CEE. Diz a claras.
Carissima não foi só no tempo do cavaco os milhões continuaram a entrar em Portugal vindos de outros países que chama “CEE”.
Todos sabemos que nem o palhaço pobre e tacanho do socrátes, nem a marionete do cavaco, mandam nos destinos de Portugal, esses obedecem às directrizes do olhos de cherne, que por sua vez como marionette obedece às ORDENS dos seus patrões.
Porque pensam que o olhos de cherne passado 6 meses das eleições foi chamado para Bruxelas? Pelos seus dotes de competências? Quais?
Quando os patrões da CEE, tinham verdadeiros valores por onde escolher!?
Onde já se viu, chamarem alguém que tinha sido eleito após 6 meses? Sabendo que isso iria contribuir para um grande desequilíbrio dentro de um país e de um partido e com isso o país ser sujeito a novas eleições!? Não foi tudo estudado e organizado com esse mesmo objectivo? Para que os Patrões ficassem com o poder das decisões sobre Portugal?
Esse pobre coitado pensava também “ele”,que era grande, as suas competências eram reconhecidas pelos patrões… Pois “ele” dizia,( com a minha ida para Bruxelas, Portugal vai ter mais valias), dizia “ele” alguém viu essas valias? Onde estão elas?
Deixem-me rir por estes trouxas, analfaburros.

”Sabe o que acho estranho? o ódio que tem ao povo português do qual faz parte” estas são palavras suas claras.
Não confunda ódio com discernimento, o povo a que eu pertenço com muito orgulho, português, mas não faço parte felizmente desse povo a que se refere, esses não são portugueses, destruíram e continuam (em nome dos ideários e ideais estrangeiros, soviéticos, destruíram para implantarem não os ideais do povo português, mas os ideais alheios os interesses alheios aos povo português interesses dos outros países como a união soviética, sejam “eles” vermelhos de rosa ou de de cravo, os dejectos são os mesmos.

”Será que o senhor fará alguma coisa para o estado do país mudar?” isto é seu.
Sim não farei, tenho feito, trabalho muito, ganho um salário incompatível com o meu laboro, enquanto os pulhas assaltam e roubam o meu país e o meu salário .
Mas Portugal só poderá mudar, quando tiver um povo, que saiba a diferença entre Democracias e ditaduras, entre um país evoluído, cívico e um país a saque onde predominam os roubos e os atentados à dignidade do seu povo vindo da parte de incompetentes que a coberto de um”governo” sacam ,roubam e destroem todo um povo e aquele que foi uma grande Nação.
Mas, como outros aqui já fizeram e muito bem. Não respondo mais nem vejo mais este blog.

Passem bem.

Luís Maia disse...

A disposição que tenho em subscrever algumas das críticas do mascarilha, esbarram sempre os esboço das soluções que propõe, no aplauso ao tempos da miséria e da ditadura

Escrevi há dias num outro blog, sobre as diferenças salariais em 1929 que

relativamente aos trabalhadores da Europa, os operários industriais de Portugal ocupam o último lugar do ponto de vista do valor dos salários. O salário dum operário em Lisboa cifra-se em 42% do de um operário de Londres (salário médio)

Além disso contesto a sua visão sobre as qualidades e os defeitos do povo português. Não subscrevo aquela visão dos excelentes portugueses que existiam em 25 de Abril , pouco claros, que foram entretanto presos na António Maria Cardoso ou escaparam para o Brasil e para Espanha.

Verdadeiros portugueses esses, abstémios claro.

Também lhe digo com toda a franqueza, vá e não volte, vá limpar os amarelos da farda da legião, para levar a Cantanhede, garanto-lhe que aqui não faz falta nenhuma.