16 julho, 2008

Onde começa a esquerda ?

Às vezes põe-se a questão, "onde começa a esquerda", e as respostas são ambíguas e muitas vezes confusas, porque pelo peso da tradição histórica insiste-se em considerar o PS e este governo,nesse conceito, apelidando-o de esquerda.

São alcunhas que se põe, como se pode perceber ao ler-se a entrevista que Francisco Van Zeller, o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), deu ao Jornal de Negócios,
onde entre outras coisas afirmou que os governos do PS "são mais ousados" no que respeita a mudar as relações de trabalho e que o ministro Vieira da Silva fez melhor que um governo de direita.

"Felizmente temos um José Sócrates - não é por ser socialista, porque como sabe não sou - que está a fazer um bom trabalho". -acrescenta o insuspeito Francisco.


Na discussão do detalhe do Código, o líder patronal não se mostra muito preocupado com o efeito das medidas sobre os falsos recibos verdes. porque " as empresas podem também mudar os esquemas ou falsear o sistema", conclui o presidente da CIP, que não deixa de se congratular com a introdução do banco de horas que acaba com o conceito de horas extraordinárias trabalhar mais duas horas além do horário passa a ser regular.

Pois é meu caro Manuel Alegre, cada vez se torna mais difícil encontrar um espaço de esquerda nessa casa inquinada, já são demasiadas vezes a ter que votar conta, não acha ?


9 comentários:

xistosa, josé torres disse...

Duas horas é muito?

E os professores que passaram de 22 horas semanais para 35 ?

Acho um piadão ... fizeram um grande desfile de vaidades dos sindicatos, (100.000, para aqueles que contaram as pernas e dividiram por dois, Os que contaram as orelhas têm outros resultados.
Talvez tivessem estado amputados dum membro, ou até dos dois, porque não me constam que tenham entrado, nas estatísticas, as canadianas), ... mas 15 dias depois assinavam o que a ministra queria ...

Por que seria???
para quem não sabe, não será inttrigante?


Somos um povo de brandos costumes ...
Mas arrisquem fornecer um bastão a cada um ...

xistosa, josé torres disse...

Esqueci-me que a esquerda começa do lado direito de quem entra e, ou, do lado esquerdo de quem sai.
Lá dentro, todos cozinham e comem comunamente, salvo honrosas excepções.
Até a dama de ferro enferrujou e deixou de ter pilhas para "piar"

Maldito concubinato!!!

Anônimo disse...

Olá Luisinho

O que tu parece não sabes é que em várias empresas há picos de produção que são necessários num determinado tempo, e que noutros se faz muito pouco.
Esta flexibilização não prejudica assim tanto os trabalhadores, por poderem mais tarde sair mais cedo em vez de ficarem a olhar para as paredes.
No entanto pode vir a melhorar as empresas e empregados se os sindicatos souberem negociar, em contratos coletivos de trabalho, visto essa flexibilização passar,SEMPRE E OBRIGATORIAMENTE por eles.
Pensar que se pagam sempre as horas extraordinárias é que uma ingenuidade.

Beijinho

Carla disse...

Marta desculpa lá começar pelo teu comentário, mas se a teoria te dá razão a prática nem por isso... acredito sinceramente que a maioria dos patrões portugueses se vá certamente aproveitar desta abertura legal de forma unilateral, ou seja quando é preciso o trabalhador fica até mais tarde, quando não é preciso...arranja-se que fazer!
Quanto à pergunta do Luís, volto à carga e digo que o conceito de esquerda e direita está esbatido em todo o mundo... e afirmar que este Governo do PS é de esquerda faz-me dar uma boa gargalhada...de facto, M. Alegre começa a não ter espaço nesta rosa esbatida!

Luís Maia disse...

Meus caros tenho andado em baixo de forma informática, resolvi á dias das uma cacetada num copo de água que tinha perto do computador e pimba, água para cima do bicho.

Desenrasquei-me com o da metade, mas a produção não é a mesma.

Minha cara M. um de nós é anjinho, ou acreditas tu que só nesses casos do trabalho sazonal, os patrões vão utilizar essa possibilidade e que a meu ver deveria estar devidamente enquadrado e definido.

Ou sou eu que com este feitiozinho feito radical, que exageradamente afirma que acabaram as horas extraordinárias para a generalidade dos trabalhadores, Passa a ser produção grátis.

Um de nós veio cá de férias

Volta Karl Marx

Luís Maia disse...

Pois é amigo Torres

a história do sindicalismo é muito interessante, nós vivemos aposto, muito dessa história.

Havia os sindicatos salazareiros, onde curiosamente era obrigatório ser-se sindicalizado e depois do 25 quem não se lembra das lutas entre os sindicatos vermelhos e os amarelos ?

Mas a verdade é que hoje seria interessante perguntar-se qual a percentagem de trabalhadores que são sindicalizados ?
Quem paga a actividade sindical ? Que obrigações tem os sindicatos com quem lhes paga ?

Luís Maia disse...

Olá Carla

Só não concordo com a sua afirmação que o conceito de direita e esquerda está esbatido no Mundo.

Essa é a ideia que querem fazer passar, para justificarem o utilitarismo das políticas de direita.

Em resumo havendo crise, que é a do seu próprio colapso, o utilitarismo resume-se em apertar para baixo, em esmagar, para sobreviver, nunca em repartir, nunca em abrandar o ritmo dos seus próprios ganhos

Mas veja p.f. o Mundo por cima, olhe para o movimento crescente na América dos "outros", a esquerda da América Latina chega ao poder, foge à influência dos abutres do Norte, organiza-se, compartilha.

Era só Cuba, hoje a preocupação deles está mais generalizada

Um abraço

Anônimo disse...

Desculpem lá não estar de acordo com os meninos Carla e Luís
mas dentro da lei está lá bem escarrapachado, que só o poderão fazer e ficar definido em contracto colectivo de trabalho.
Os contractos colectivos de trabalho são todos feitos com os sindicatos.

beijinhos

xistosa, josé torres disse...

Pois, os Sindicatos ... mas quais???
Os afectos ao governo, ou os que dizem sempre não? ou nim ?
Desde que se deu o 25, que paguei as cotas e SEMPRE VOTEI, PARA TUDO , FOSSE O QUE FOSSE.

É que deveria ser obrigatório votar ... mas isto são coisas do passado e agora é ver o que faz o governo ..., (dia e noite, alerta!!!)

Eu sempre contestei tudo ... já nem conto nas estatísticas, nem dos vivos, nem dos mortos ...
Mas há sempre alguém que me descobre e não é que me roubaram na pensão de reforma.

Ali Babá, só tinha 40 sicários ... mas o número aumentou exponencialmente ...

Bom fim de semana, que já gastei a tinta da reforma, para o dia de hoje!