14 julho, 2008

OS ESPANHOIS E O NOVO HOMEM



Uma amiga espanhola guardou-me um artigo do El País, de 9 de Julho, sobre o o Homem Novo, que tarda en llegar.
Os vizinhos levam a sério a igualdade, e têm um Ministério para a Igualdade, cujo ministro é Bibiana Aído.
Foi organizado em Madrid o congresso internacional Mundo de Mulheres cujo tema era "A Igualdade não é uma Utopia" que teve mais de 3.000 participantes, onde Marina Subirats, catedrática de Sociologia, falou sobre a "Masculinidade como barreira para a Igualdade", que Bibiana Aído tem levado para o debate político nas últimas semanas.
Em Espanha sabe-se que, como em quase todo o lado, os homens morrem mais cedo que as mulheres, mas sabe-se também que entre os 20 e os 25 anos, por cada mulher que morre, morrem três a quatro homens.
Fiquei abismada! por já terem feito essa estatística e por ser tão grande a diferença entre as mortes.
Há razões para assim ser: acidentes de carro, desportos de risco, drogas , suicídios e homicídios.
A explicação, diz Marina Subirats, é por os homens terem, ainda, necessidade de provar a sua masculinidade que os leva a adoptar atitudes de risco e de perigo , tanto nas velocidades nas estradas, como nos desportos radicais, para demonstrar o seu "espírito guerreiro".
As meninas e os rapazes construíam a sua identidade, como meninas e como rapazes; mas a luta pela igualdade das mulheres fê-las começar a tentar a construir a sua identidade como pessoas, enquanto que os homens a continuam com os seus estereótipos de masculinidade e de guerreiros, que começam a estar ultrapassados.
Os Homens têm cedido às reivindicações das Mulheres, no trabalhar fora de casa como na "ajuda" que dão nos trabalhos caseiros, mas ainda não mudou o seu modelo de masculinidade: os carros ultra-rápidos, a espada, a ausência de lágrimas, o não obrigatório a brincar com bonecas, etc, ora este tipo de masculinidade obsoleto, está a dificultar consolidação de uma sociedade mais igualitária.
As mulheres no entanto, copiam os modelos dos homens, sem ainda conseguirem a sua própria identidade feminina e como pessoas, por isso serem mais duras na política e na sua profissão. Por serem "obrigadas" a copiar os modelos masculinos, vão abandonando o género feminino, deixando por exemplo de ter filhos, enquanto eles ainda não entraram no âmbito do trabalho doméstico.
Será necessário que o homem modifique os seus estereótipos, para então a mulher encontrar a sua verdadeira maneira de estar, feminina, na sociedade, na política e no trabalho.


Este artigo é sobre os Espanhois, mas muito do que aqui está dito, quase tudo, poderia ser transportado para o nosso país.
Quero esse HOMEM NOVO que tarda em chegar!

9 comentários:

Anônimo disse...

Essa sua defesa da androgínia (posto que o que a incomoda nos homens é a ausência de lágrimas, e o não obrigatório a brincar com bonecas, como se a tendência para o fanico e a pitice fossem condições de humanidade) denota uma falta gritante de critério para a sociedade. Se pudesse, fazia um Mundo onde não haveria diferença alguma entre homens e mulheres além da nominal e da biológica. E mesmo estas, tentaria esbater pela propaganda da metrossexualidade (termo modernaço para dizer «pederasta que ainda não aceita ser sodomizado»), pela defesa da depilação masculina, do uso dos cremes anti-rugas e feminices afins.
Homens são homens, mulheres são mulheres. Há um padrão comportamental, uma psicologia, uma fisiologia e - porque não dizê-lo? - uma ontologia própria de cada um. Esta filosofia a meio caminho entre o soixante-huitard e uma Nova Iorque traduzida em calão, feita em nome do inconformismo pequeno-burguês tão bem denunciado por Gramsci, é o mais vil aborto intelectual da História humana. E, o que é pior, é um aborto hegemónico!

Mateso disse...

Prosaicamente, minha querida, o Homem e Mulher são seres unos, indivisíveis mas eternamente complementos um do outro. Brincando, diria, seja ele, Atributo ou Acessório, Directo, Indirecto, de Tempo ou Lugar ou talvez mesmo um Predicativo do Sujeito. Pois bem,no mundo da complementaridade, o bom mesmo é a correcção do lugar, a colocação perfeita na frase. O Homem , porque é mais monolítico tem levado o seu tempo. A vontade naõ lhe falta, e lá irá... com tempo. Afinal as mudanças ainda são uma jovenzitas. Quanto à Mulher que explodiu assim de repente à laia de panela de pressão (perdoe a comparação) está a singrar rapidamente, devido áquilo que é chamado de sexto-sentido ,e que a faz saber estar, mesmo deconhecendo o saber. Todavia, o mundo que é mundo vai rolando e daqui a uns tempos o conceito Homem -Mulher, mais do que um binómio biológico será simplesmente o Ser Humano Novo. A evolução assim o aponta, talvez assim seja, talvez então o Mundo seja um lugar melhor.
Bj.
(Sensibilizada pelas visitas lá no meu azul)

Anônimo disse...

Caro Comunista

por acaso, a que não ser alheia a minha idade, não acho graça a homens depilados.
Se põem ou não cremes é-me completamente indiferente, apesar de gostar deles com ar cuidado.
Chamar a um homem sensível, que não tenha medo de chorar em público, ou de mostrar os seus sentimentos, andrógeno, é que já acho exagero seu.
Quero um homem sensível, quero um homem que não tenha complexos de aspirar uma casa, porque na cozinha já há tantos que o fazem, que são até tão apreciados como "Chefs", enquanto por essa área haverá poucas mulheres, se é que há alguma; quero um homem que não tenha medo que a mulher ganhe mais do que ele e que tenha orgulho por ter uma tal companheira; quero um homem que fique com o filho recém-nascido após os quatro primeiros meses, porque tem gosto em não perder o desenvolvimento do seu filho e que lhe faça as refeições, além de o ir passear para o parque
Não penso que esteja a pedir um andrógino.

"Homens são homens, mulheres são mulheres. Há um padrão comportamental, uma psicologia, uma fisiologia e - porque não dizê-lo? - uma ontologia própria de cada um."

Esta sua frase é que me mata, porque é isso mesmo que tem de ser mudado e a Mateso que fez o comentário abaixo, responde melhor do que eu
Quero um Ser Humano Novo.

Volte sempre e agradeço-lhe ter-me dado a oportunidade de dizer o que quero num homem

beijinhos

Anônimo disse...

Olá Mateso

Eu é que te agradeço os bons momentos que passo no teu blog.
Exactamente, Mateso, percebeste bem o que queria dizer
Tenho muita esperança nesse Mundo melhor.

beijinho

António Conceição disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
António Conceição disse...

Não se iluda, minha cara,

Sob a capa e um discurso científico, feito por alguém que se apresenta como "catedrática de sociologia", o discurso de Marina Subirats é um discurso meramente ideológico e intelectualmente desonesto. Repare como ela manipula a linguagem, proclamando que o desenvolvimento da personalidade no sentido que ela considera bom é que é o desenvolvimento como pessoa, o único e verdadeiro desenvolvimento como pessoa.
Suspeito sempre muito dos discursos que aparecem a anunciar o "homem novo".

Anônimo disse...

Olá Funes Querido

sorriso

Eu sei, que tem razão, mas para um homem novo, haverá uma mulher nova e isso é que será bom não esquecer.
Uma Mulher que assuma cada vez mais a sua feminilidade, que não tenha de copiar os modelos masculinos para se afirmar.
Que não queira deixar de ser Mãe, para poder seguir uma carreira, que se recuse a entrar para as forças armadas, por não ser essa a sua condição, que não queira competir com os homens como agora é obrigada, então e só então, o discurso feminista deixará de fazer sentido.
Que cada um assuma o seu papel de homem e mulher, como seres Humanos Novos.
Vai ainda demorar muitos anos, não sei sequer se será para o tempo dos meus netos, visto já ter um com 13 anos, mas que poderá ser para os seus netos.
Diga lá que não era bom?

Beijinho

Luís Maia disse...

Todos queremos um "homem (livra !!!) novo", provavelmente cada um de nós tem um conceito dentro de suas cabecinhas.

Demorará menos anos do que possamos pensar, a crise que agora desponta, mas que esconde um iceberg, o desmoronar dos Impérios que apodrecem.

Digo que o homem novo, vai ter que repartir,ser solidário e ambientalista, para sobreviver.

xistosa, josé torres disse...

http://www.elpais.com/articulo/sociedad/hombre/nuevo/tarda/llegar/elpepisoc/20080709elpepisoc_1/Tes


El hombre nuevo tarda en llegar
Las mujeres se han sacudido su rol tradicional y ocupan el terreno antes masculino - Pero sus compañeros no han cambiado al mismo ritmo

CARMEN MORÁN 09/07/2008


Normalmente, cuando se habla de género, el imaginario colectivo dibuja una mujer. Pero el género masculino también existe, es decir, todas aquellas características que la sociedad tradicionalmente atribuye a los hombres por el hecho de nacer varones. Ese modelo de masculinidad con el que aún hoy crecen muchos niños -coches ultrarrápidos, la espada, la ausencia de lágrimas, el repudio forzoso de muñecas y cocinitas y otros detalles mil veces más sutiles pero igual de determinantes-, está obsoleto. Y está dificultando la consolidación de una sociedad más igualitaria que les reporte beneficios, pero sobre todo, que les aleje de su peor enemigo: ellos mismos.

* Aislar al maltratador
* "Toda religión oprime a la mujer"

¿Crees que está cambiando el modelo masculino tradicional?
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Sí, se está renovando

No, seguimos como antes

La noticia en otros webs

* webs en español
* en otros idiomas

Los grandes avances se han logrado con la visibilidad pública y política de la mujer

El modelo masculino lleva a adoptar actitudes de riesgo y desafío

Las reivindicaciones feministas se vieron como caprichos individuales

Algunos medios de comunicación incluso refuerzan los estereotipos

Marina Subirats, catedrática de Sociología, ha buscado algunos "datos empíricos" para demostrar cómo el hombre se agrede a sí mismo por seguir ese modelo de masculinidad. "¿Por qué los hombres se mueren antes que las mujeres?" Eso ocurre en todas las edades y en todos los países, salvo en dos, Níger y Zimbabue, donde los embarazos, los partos y algunas enfermedades aún siegan la vida de las mujeres muy temprano.

En España, la mayor diferencia entre las muertes de hombres y mujeres se da a entre los 20 y los 25 años. Hay causas claras para ello: accidentes de tráfico y deportes de riesgo, drogas, suicidios y homicidios. "Por cada mujer se mueren entre tres y cuatro hombres a esa edad", dice Subirats. Y explica que es el modelo de masculinidad lo que les lleva a adoptar "esas actitudes de peligro, de desafío, de falta de temor, de riesgo", que no abundan en las mujeres, más prudentes y que no tienen necesidad, porque nadie se lo ha inculcado, de demostrar ningún ardor guerrero. Por eso, dice Subirats, "los hombres matan a las mujeres, pero se matan más entre ellos, y esa debe ser una razón poderosa para cambiar".

En el congreso internacional Mundo de Mujeres, que ha reunido en Madrid a más de 3.000 participantes alrededor del lema La igualdad no es una utopía, algunos expertos, como Subirats, han tenido ocasión de tratar la masculinidad como una barrera para la igualdad. Es un asunto que la ministra de Igualdad, Bibiana Aído, sacó al debate político las últimas semanas.

Subirats, una de las participantes en este congreso, opina que "las mujeres han analizado y hecho crítica del modelo tradicional que les tocó, ya salen a trabajar fuera, juegan al fútbol, repudian aquellas características impuestas, sumisión y obediencia, pero los hombres todavía no han hecho ese viaje, por eso el modelo de guerrero impasible se ha quedado obsoleto".

"La ciencia psicológica finalmente también se ha liberado de su tradicional explicación psicogenética y los estudios de identidad ya no tienen ese lastre", explica la catedrática de Psicología Rosario Ortega. "Antes las niñas construían su identidad en cuanto niñas y los niños como tales niños, ahora no, felizmente, al menos en la ciencia. El individuo debe construir su identidad como persona. Creo que en el futuro la gente podrá elegir de una forma libre qué es lo que hace y cómo lo hace, sin responder a roles ni a estereotipos, si los hombres quieren llorar, llorarán, por ejemplo. Ese es el camino que ya está marcando la ciencia. Creo que la sociedad lo recorrerá algo más tarde".

Ortega, que trata a menudo los conflictos entre chicos y chicas, observa, como ellas, que antes respondían a esos roles de obediencia y sumisión, y ahora a veces se defienden con las mismas armas que ellos. "Buscan su seguridad, esto es preocupante, y desde luego, lo hacen porque imitan modelos masculinos".

Esa es una de las razones por las que ese modelo de masculinidad ha de cambiar, según Subirats, para que puedan cambiar las mujeres. "Hasta ahora, sólo hemos imitado los modelos masculinos para llegar adónde queríamos, en la empresa, en la calle". Cree que el "género femenino, tal y como se le ha entendido, se está extinguiendo". ¿Hay para tanto? "Sí, en política, por ejemplo, muchas de las mujeres que acaban llegando lo logran porque son más duras que ellos, imitan su modelo. Podemos tener cargos, pero son puestos prestados, no para hacer lo que queremos, sino lo que harían ellos si estuvieran ahí". De tal forma, dice, que "las mujeres han ido abandonando ese género femenino, incluso dejando de tener hijos, y ellos no acaban de entrar en el ámbito doméstico".

En este panorama, algunos países vienen a poner luz, los nórdicos, que han transitado muchos más años por el camino de la igualdad. En Noruega, por ejemplo, ya se aprecia el acercamiento de los hombres sin complejos y sin traumas a las tareas que en España hacen las mujeres mayoritariamente.

Sin embargo, como han subrayado algunos expertos en este congreso, las series televisivas, que tanto han favorecido la aceptación social de las parejas gays y lesbianas, por ejemplo, o incluso de la mujer incorporada al ámbito laboral en terrenos que le eran propios al hombre, no han modificado sustancialmente los estereotipos masculinos. "En el ámbito del ocio, la creatividad, los medios de comunicación, todavía se transmiten muchos estereotipos masculinos, incluso se refuerzan", opina la filósofa Alicia Miyares. "Creo que la educación ha de hacer mucho por cambiar esto, porque es ahí donde se trasladan todos esos roles. Sin embargo, los grandes avances en igualdad han venido por la visibilización pública y política de la mujer, pero el reto ahora es la relación entre ambos sexos y es ahí donde los hombres han de hacer su trabajo. Eso depende en gran medida de la pedagogía", añade Miyares.

El delegado para la Violencia de Género en el Ministerio de Igualdad, Miguel Lorente, está convencido de que los modelos tradicionales de masculinidad han de modificarse, pero alerta de la resistencia que se está mostrando entre los hombres, de forma muy sutil en ocasiones. "Hace ya muchas décadas que las mujeres hicieron una crítica analítica del papel que les había tocado jugar como mujeres y se rebelaron contra esa injusticia. Los hombres, sin embargo, han ido simplemente adaptándose a las exigencias que les llegaban. Empezaron minusvalorando el movimiento feminista sin darse cuenta de que era una reflexión crítica y analítica. Simplemente dijeron, 'dejadlas, si quieren trabajar que trabajen'. Pero no se dieron cuenta de que no eran caprichos aislados sino un trabajo histórico por romper injusticias de las mujeres", dice Lorente. "Y ahora existe lo que llamo posmachismo y que nace en los años setenta, cuando la mujer consigue su liberación sexual gracias a los anticonceptivos y también a las medidas de divorcio sin culpa en Estados Unidos. Ya no dependían de un hombre ni su función era simplemente la de procrear. Por otro lado, el feminismo llegó a las instituciones y las mujeres fueron ocupando puestos de responsabilidad. Ahí es donde los hombres se dieron cuenta de que la cosa iba en serio", prosigue Lorente.

El posmachismo del que habla critica el feminismo y lo pone en la misma bandeja que el machismo. "Reivindican un pasado que les es más cómodo pero lo camuflan bajo una postura aparentemente neutral. Siempre aparecen en sus reflexiones alguna universidad rara que les da a ciertos informes una pátina seudocientífica. Hablan de cosas que, dicen, no distinguen sexos, pero al final siempre la culpable o la perversa, casualmente es la mujer. Se apuntan incluso a la mutilación masculina, para poner en el mismo nivel la injusticia de unos y de otras, algo que no es así, para nada", asegura Lorente. "Y además, siempre hablan en nombre del bien común, siempre dicen: esto no es bueno para la mujer ni para el hombre, es para todos".

En realidad, según Lorente, salvo excepciones de hombres que sí han caminado hacia una revisión crítica de la masculinidad tradicional, "pocos aunque cada vez con más fuerza", la mayoría se ha adaptado a duras penas, y sus cambios han sido muy cosméticos. "Que hay que fregar los platos, yo los friego, que hay que cambiar pañales, yo los cambio, pero no han perdido su poder que es lo que le daba valor a la figura del hombre. Han cambiado para seguir igual", dice Lorente.

Y se les sigue educando para guerreros que no pueden manifestar temor ni sensibilidad. Pero, dice Marina Subirats, "esa masculinidad ya no tiene sitio en los tiempos de hoy".

Não vou comentar.
Ainda há poucos dias tive uma série de debates sobre o tema.
Coincidência das coincidências, também um blog, levantou o problema.

Só faço uma pergunta:

Nos primórdios, quem alimentava a família?

Era a mulher, que na maternidade ou após, ia caçar?

Os princípios ditaram "leis", que eram justas e lógicas na altura ...Foramm alguns milénios ... agora querem modificar do dia para a noite ... o quê?
A mentalidade do homem?
A sua herança que o faz pensar continuar a ser o caçador?

A Minucha sabe ou pelo menos tem visto o que escrevo sobre isto.
Defendo intransigentemente os direitos da mulher.
Mas alguém acredita que nas gerações mais próximas vamos ter um homem "bom dono de casa?"

Não se muda radicalmente num ápice.
Desculpe a linguagem ... mas tomara as mulheres terem um homem na cama.
( O inverso, também é verdadeiro, os homens, terem uma mulher na cama!)

Não digo mais.
Boa noite!