15 julho, 2008

O RACISMO IMPERA



É um escândalo o que se está a passar na Câmara de Loures!
Rui pereira, Ministro da Administração Interna, veio fazer o elogio da polícia no caso do bairro de negros e ciganos.
Não discuto que tenham intervindo a tempo, mas o que não fizeram foi patrulhar as ruas como o deviam ter feito, e deixaram, mesmo debaixo dos seus narizes, que as casas dos ciganos que partiram fossem vandalizadas, paredes partidas, além de tudo quanto tinha valor ter sido roubado.
Uma vergonha!
O Presidente da dita Câmara, dizia ontem que não queria guetos e que não poderia fazer um bairro para cada etnia.
Percebo que não possa fazer mais bairros, agora que use o argumento de guetos para explicar que não os pode fazer é que não aceito, pela simples razão de que um bairro feito só para negros e ciganos já o ser.
Todo o discurso do Presidente da Câmara, desde que se iniciou este processo de violência, é de um racista, que tomara ele que os ciganos desapareçam da seu Concelho.
Uma vergonha!
O que Rui Pereira tem de entender, é que terá de pôr na rua as forças policiais ou tropas necessárias, para parar o que está a acontecer.
A Governadora Civil julgará que basta esperar a acalmia da situação? quem poderá ser assim tão ingénuo? A acalmia acontecerá desde que os ciganos partam e voltará a violência logo que os mesmos ciganos retornem às suas casas, destruídas.
Gostava de saber quem irá fazer e pagar as obras que todas elas necessitam.
O racismo impera no Conselho de Loures, desde o seu Presidente passando pelos munícipes, porque ninguém esquecerá o seu comportamento quando foi do realojamento dos ciganos, continuando com comunidade negra, que ficou impune depois da violência a que se tem assistido, até aos juízes, que também demonstraram o seu racismo, com as penas de coacção que ditaram.
A alguém passará pela cabeça, que se estas acções tivessem sido feitas a brancos, os negros teriam ficado só com estas doces penas, ditadas pela Justiça?
Basta de discursos demagógicos, é preciso que se vejam acções.
É necessário que todos os cidadãos e os seus bens tenham direito a estarem em segurança dentro das suas casas.
É impensável que se possa saber que, quando várias famílias saiem de casa para trabalhar, aparece um gang, que os vai roubar e vandalizar as suas casas, IMPUNEMENTE

12 comentários:

António Conceição disse...

"para o público em geral, do qual faço parte, acho a medida de não pôr estagiários a defender réus, uma boa medida.
Será?"

Peço desculpa por o meu comentário não ter nada a ver com o tema, mas decidi vir trazer-lhe a minha opinião ao domicílio.
Deixe-me, no entanto, dizer-lhe que ando um bocado afastado deste mundo das defesas oficiosas (era assim que no tempo do meu estágio a coisa se chamava) e, portanto, as minhas opiniões poderem não ser especialmente qualificadas ou pertinentes.
É uma boa medida de não pôr estagiários a defender réus?
O problema tem duas vertentes. É boa para quem? Para os estagiários ou para para os réus defendidos?
Para os estagiários é obviamente má. A defesa oficiosa de Réus é quase sempre o único meio que os estagiários têm de começar a ganhar alguma experiência profissional e a aproximar-se da prática forense. Por outro lado, é também, quase sempre, a única via através da qual conseguem ganhar alguns cobres.
Mas julgo que a sua questão se centrava nos réus (ou arguidos, como no processo penal se diz)*. Serão estes bens defendidos por estagiários? Ou será melhor que, em virtude da sua inexperiência, estes sejam afastados daquela defesa?

A questão tem da minha parte uma resposta cínica e pessimista.
Oficiosamente, o réu não é bem defendido nem pelo advogado estagiário, nem pelo advogado não estagiário. Todo o sistema é um bocado hipócrita e concebido (à boa maneira nacional), para fingir que todos têm acesso ao Direito e que ninguém deixa de ser defendido por falta de meios.
A realidade, sem prejuízo das muitas excepções que efectivamente ocorrem, tende a ser outra.
Na verdade, os estagiários não têm (nem podem ter) uma experiência profissional e de vida que lhes permita assegurar com proficiência a defesa cuja responsabilidade lhes é atribuída. De um modo geral, tendem a compensar esta deficiência com um profundo empenho nos casos, mas é um empenho que, muitas vezes, não se traduz em competência e em benefício dos defendidos.
Já os advogados experientes, aqueles a quem fazia, de facto, sentido atribuir as defesas oficiosas, estão demasiado ocupados com os seus casos particulares, aqueles que lhes dão dinheiro verdadeiro a ganhar, e não estão dispostos a perder grande tempo com defesas oficiosas que não lhes rendem nada de significativo. Fazem normalmente o mínimo indispensável para não cairem numa situação de incumprimento do dever de patrocínio (com a consequente responsabilização civil e/ou disciplinar) e, no mais, entregam o caso a um seu estagiário.
Claro está que se andar por aí a ouvir as vozes oficiosas da classe, todas invocarão grandiloquentes a responsabilidade de vestir uma toga e jurarão que a generalidade dos advogados assume uma defesa oficiosa como se a defesa da própria vida se tratasse. Não ligue, são os exageros retóricos da profissão.
A realidade, sem prejuízo, repito, das muitas excepções que possam ocorrer, é esencialmente a que descrevi.
Quebrar este círculo vicioso e assegurar uma real defesa de quem não tem meios para a pagar pressunha duas condições: uma inviável, outra indesejável.
A inviável, ter o Estado dinheiro aos montes para pagar as oficiosas tão bem como os clientes privados pagam os serviços jurídicos que contratam.
A indesejável, tornar a maioria dos advogados funcionários públicos, pagos pelo Estado, em serviços públicos de Justiça, um pouco à maneira do modo como os médicos são pagos no Serviço Nacional de Saúde.
Em conclusão: há - e não se vê como possa deixar de haver - duas justiças. Uma para quem tem meios, outra para quem os não tem.
A verdade é que só excepcionalmente isto é grave, porque, normalmente, as partes jogam com os mesmos meios. Os pobres litigam com outros pobres, nenhum deles dispondo de recursos para o efeito. Os ricos litigam com outros ricos e a nenhum faltam meios. Fora do Direito Penal, a igualdade costuma estar garantida.

* - Esclareça-se que o patrocínio oficioso não se esgota no direito penal, nem na defesa de réus ou arguidos. O advogado pode ser oficiosamente nomeado para, como representante do autor, intentar uma acção de divórcio, a contestação de um despedimento, o rompimento do contrato ou qualquer outra coisa.

Anônimo disse...

Funes Queridíssimo

Este comentário por si só valia um Post com letra maiúscula.

Não sei como lhe agradecer que tenha vindo aqui fazê-lo e como sempre com uma honestidade intelectual e uma clareza fantásticas.

Obrigado, simplesmente

beijinho

Carla disse...

porque o racismo não escolhe a cor, porque tanto uma etnia como outra sabem do que se fala quando se fala de racismo. Porque para um presidente de câmara é mais fácil não ter gente problemática no seu concelho, porque desta forma não podem continuar a fechar os olhos a problemas para os quais não querem encontrar soluções, porque a prevenção continua a ser esquecida...esta é uma situação que me envergonha e que lamento continue a ocorrer no nosso país. Pior do que isso acho que tudo aponta para um agravamento desta situação
um bom post amiga
beijos

Anônimo disse...

Olá Carla

Pois é!
o pior é, como dizes, ir haver agravamento e depois virem dizer que até a polícia tem medo de lá entrar.

beijinho

Kruzes Kanhoto disse...

Declarações xenófobas e racistas tenho-as ouvido da boca das duas comunidades intervenientes na contenta...e se fossem proferidas por um branco se calhar estava de cana.
Recorde-se a propósito o caso do Mário Machado (cujas ideias renego em absoluto) e que foi preso apenas por exibir uma arma enquanto no caso em apreço houve muita gente a disparar contra outras pessoas e não está nenhuma presa.

Luís Maia disse...

Leio FUNES com a sua incontestável honestidade intelectual e ocorre-me o que abaixo foi dito sobre a necessidade do homem novo, atendendo a que o actual está podre foi contaminado.

A unica Lei conhecida chama-se dinheiro, taco, cacau, pilim, todos os outros conceitos ficam submersos.

Este o homem seja advogado ou não tem os dias contados, um dia virá alguém que considerará absolutamente urgente que todos eles, estagiários ou encartados,defendam com empenho os seus arguidos ou réus ou lá como é que se lhes chama, sob pena de não poder exercer essa profissão.

Chamar-lhe-ão ditador, comuna e outras coisas no género, porque impõe justiça para todos onde existe apenas atenção pora quem pode pagar.

Naturalmente que todos os que aceitam o que hoje existe, com um encolher de ombros, não são por certo aqueles que pertencem ao género do tal homem novo , mas assegurarão que os seus também o não sejam.

Comentário tipo no café cá do sítio "o pá deixa lá que entre ciganos e pretos venha o diabo e escolha".

Em quantos café deste País se ouve comentário idêntico ?

xistosa, josé torres disse...

Como não percebo nada de tribunais ... onde me desloco desde 2000, por diversas situações, mas digo sim ou não e marcho.
Ouvi dizer e este OUVI DIZER é um perigo, pode dar início a um boato ... que os advogados oficiosos, só recebem ou ganham algum "pilim", se o réu ou pseudo réu for condenado.
Daí, o "FAÇA-SE JUSTIÇA!!!
Não acreditam?
Passem uma manhã num tribunal e vejam o que é aquele mundo liliputeano de anões gigantes ...

Alguém pode apontar algo á polícia que interveio no Bairro???

Meus amigos, se fosse em Espanha, aquele vizinho retardado e atrasado ao nosso lado, os pretos(*) até tinham ficado brancos ... e os ciganos continuariam lá.
Mas aqui, se um polícia é agredido e ao tentar defender-se, atinge o meliante, já sabe que tem um processo ... e não é só isso é a sua folha de serviço!!!

Numa discoteca em Espanha, se ouver "sarrafusca" e chamem a polícia, é melhor darem "ás de vila diogo", é que a polícia quando entra, entra a matar e a malhar. Primeiro acalmam os revoltosos e os mansos e depois é que perguntam o que sucedeu ...

Que autoridade têm as nossas forças de segurança?

Eram 22H30m, na Rotunda do Freixo, ia a passar com a minha mulher e um carro patrulha com agentes, estava a ser agredido por inúmeros meliantes.
Não fui cobarde por não ter parado ... Não ando armado de bastões ...
QUERO LER O QUE DIZ A IMPRENSA LOGO OU AMANHÃ!!!

SAM disse...

eu acho muito bem que os gans roubem e vandalizem as casas dos brancos...ficamos quites!

Anônimo disse...

Olá kruzesKanhoto

Mas é isso mesmo que eu digo.
Nem se importam e matem-se para aí, é o que as autoridades estão a fazer por serem negros contra ciganos, ou vice-versa.
Se algum deles o fizesse contra um branco, ou um branco contra um negro, já caía o Carmo e a Trindade.

Beijinho

Anônimo disse...

Tens razão Luis

e acabei de dizer isso mesmo no comentário acima.

Beijão

Anônimo disse...

Olá Xistosa

mas aqui, como muito bens sabes a polícia bate sem ser em meliantes, por isso é preciso algum cuidado.
A polícia fez prisões e os juízes acharam por bem pôr os fulanos na rua.
Contra isto batatas

Beijinho

Anônimo disse...

mas não eram as casas dos brancos, eram de ciganos, Sam

Beijinho